Reflexão sobre o mercado: impactos da pandemia consumidor - Daniela Lopes CEO & Founding Partner

Reflexão sobre o mercado: impactos da pandemia no consumidor

4/04/21

Há pouco mais de um ano, a pandemia da Covid-19 mudou a vida das pessoas em todo o mundo e, consequentemente, deu uma sacudida sem precedentes no mercado de trabalho. No curto prazo, vimos mudanças repentinas: milhões de pessoas perderam seus empregos, enquanto outras tiveram de transformar seus lares em escritório para se adaptar a esse novo modelo de trabalho. E qual a reflexão sobre o mercado atual?

Outros grupos, não apenas o dos profissionais de saúde, tiveram suas atividades consideradas essenciais e continuaram suas jornadas, independente da pandemia, colaborando com suas atividades de acordo com os novos protocolos para redução da disseminação do novo coronavírus.

Para entender todas essas mudanças que ainda estamos vivendo, a McKinsey Global Institute (MCI) elaborou três grandes relatórios, que fazem um raio-x em três grandes temas: a influência de longo prazo da pandemia sobre o consumo; o potencial para uma ampla recuperação liderada por maior produtividade e inovação; e o impacto duradouro da pandemia sobre a demanda de trabalho, a combinação de ocupações e as habilidades da força de trabalho exigidas nesse novo contexto em que vivemos. E é neste terceiro item – as questões do mercado de trabalho – que acredito ser válida uma análise ainda mais profunda.

Um dos impactos principais da pandemia foi a brusca mudança no comportamento dos consumidores, que do dia para a noite, precisaram encontrar alternativas para os consumos cotidianos. Foi necessário se reinventar para atividades básicas do cotidiano, como por exemplo mudar a maneira de fazer o mercado da semana, mas também fez-se essencial pensar na adaptabilidade do “work from home”.

Algumas áreas, como a de tecnologia por exemplo, já tinham antes da pandemia a cultura do home office, o que agora foi absorvido por praticamente todas as vertentes do mercado. Agora, o trabalho remoto e as reuniões virtuais são mais bem vistos e compreendidos, tanto que, como aponta o estudo da MGI, algumas empresas que tiveram experiências positivas com trabalho remoto durante a pandemia planejam mudar para espaços de trabalho flexíveis, diminuindo seu espaço físico e reunindo menos trabalhadores nos escritórios a cada dia até mesmo definindo compras de mobiliários para adaptar o home office). 

Ou seja, o trabalho remoto e as reuniões virtuais devem continuar após a pandemia, embora com menos intensidade do que nos momentos de pico. Isso impacta diretamente outros setores econômicos, como o turismo de negócios, segmento mais lucrativo para as companhias aéreas: cerca de 20% das viagens de negócios podem não retornar, o que  teria efeitos significativos sobre o emprego nos setores aeroespacial, de aeroportos, de hotelaria e de serviços de alimentação. 

Do lado do consumidor, a adesão ao comércio eletrônico e outras atividades online, incluindo a telemedicina, banco online e entretenimento de streaming, também decolaram durante a pandemia. Em 2020, a participação do comércio eletrônico aumentou de duas a cinco vezes a taxa antes da Covid-19; e além de começarem a consumir online, cerca de 75% dessas pessoas que usaram canais digitais pela primeira vez na pandemia afirmam que continuarão a usá-los quando as coisas voltarem ao “normal”, de acordo com  pesquisas da McKinsey Consumer Pulse. 

Essas mudanças impulsionaram, por exemplo, a necessidade de pessoas para ocupar novas vagas nos setores mais operacionais, responsáveis por logística, entrega, transporte e depósito, e também em setores técnicos, como desenvolvimento e programação, análise de dados e atendimento ao cliente, por exemplo. Como o estudo da McKinsey indica, muitas dessas mudanças já estavam no radar, mas foram catapultadas pela urgência de adequações causadas pela pandemia. Parte das profissões que estão em alta hoje ainda não existia há 5 anos e esse ciclo continuará, tendo em vista a evolução do mercado. 

É por isso que a Blue já foi idealizada observando essas tendências, oferecendo uma formação relevante e atual, consolidada do ponto de vista tecnológico, e que acompanha as atualizações o mais próximo possível do tempo real. No último ano vimos todas essas adaptações e acreditamos que o ser humano jamais poderá ser substituído. O que acontece, já nos dias atuais, e vai continuar acontecendo, são as adaptações e reciclagens em diversas áreas, que se fazem necessárias continuamente.

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